As quatro âncoras
“Ora, temendo ir dar em rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, e esperavam ansiosos que amanhecesse.” [At 27:29]
Quando alguém pensa em uma vida cristã genuína, logo a associa à tribulações e perseguições. Isso porque ser cristão é opor-se às vontades da carne, do mundo e do inferno. Jesus mesmo disse que “no mundo teríamos tribulações” (Jo 16:33) e Paulo corrobora afirmando que “todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2Tm 3:12).
Esta situação faz arremeter-se contra o cristão todo tipo de adversidades, que a Bíblia demonstra com a simbologia de tempestades, desertos, guerras etc. Entretanto, Deus proveu meios de termos segurança nessas situações, aos quais chamamos de fundamentos cristãos, que são bases para que possamos resistir a toda tormenta.
Dentre essas bases destacamos quatro, como as quatro âncoras que sustentaram o navio do texto bíblico da nossa reflexão.
A primeira âncora é a FÉ.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. (...) Ora, sem fé é impossível agradar a Deus...” (Hb. 11:1,6)
A fé nos faz ver o que olhos humanos não podem enxergar. Agir quando parece que nada está acontecendo. Ela nos mantém firmes quando a adversidade vem e é poderosa até mesmo para apagar os dardos do maligno (Ef. 6:16).
A segunda é o CONHECIMENTO.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.” (Mt. 7:24)
O conhecimento nos dá direcionamento. Quando se conhece a Deus (e Jesus disse que esse conhecimento não é para todos. Ele dá a quem quer [Mt. 11:25-27]), não há espaço para engano. Jesus venceu a Satanás no deserto pelo conhecimento (Mt. 4:1-11). Quantos andam errando por não conhecer as Escrituras e nem o poder de Deus? (Mt. 22:29). Vale ressaltar que não é conhecimento letárgico, inerte, mas, dinâmico, empírico, “não de ouvir falar mas, de com Ele andar” (Jó 42:5), pois dá firmeza e torna o cristão inabalável.
A terceira é a PERSERVERANÇA.
“E sereis odiados de todos por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo.” (Mt. 10:22)
Perseverança é insistência. É a vitória da coragem sobre a covardia. É a decisão de continuar remando contra a maré. É fixar um alvo e não desistir até atingi-lo. É manter firme a esperança. É fidelidade, que sobrepuja até mesmo a santidade, pois, nem todo santo é fiel, mas todo fiel é santo. Ela o mantém íntegro, mesmo que pareça que o Senhor está distante.
E a quarta âncora é a COMUNHÃO.
“Somente portai-vos, dum modo digno do evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que permaneceis firmes num só espírito, combatendo juntamente com uma só alma pela fé do evangelho;” (Fp. 1:27)
A comunhão, primeiramente com Cristo e em seguida com a Igreja, produz serviço, amor, piedade, retidão... e toda virtude provinda de Deus para que sejamos nova criatura e não haja do que nos acusem os adversários.
Pb. Sidney Bispo